quarta-feira, março 23, 2005

Convicções abaladas

Márcio é filho do meio. Carrega desde cedo o estigma de garoto problema. Sobram exigências para o primogênito, não faltam regalias para o caçula e para ele, o segundo, como acreditam os psicólogos, restam as migalhas. Quando restam. Márcio não gosta de ler e Cristina, a mãe, acredita que esse seja o problema do seu filho do meio. Cada leitura obrigatória do colégio era um parto. Só eram concluídas quando ela sentava para ler junto. Foi assim desde sempre. Mais uma lista de materiais escolares e lá vão Cristina, o filho mais velho, Márcio e o mais novo para a livraria. De repente, ele mesmo, o filho do meio, pergunta à mãe se pode comprar um livro. Cristina arregala os olhos, muda de cor e, tentando disfarçar o misto de surpresa e alegria, só consegue esboçar uma resposta. “Claro, filho.” Foi eleita a biografia de Raul Seixas, que Márcio não só levou pra casa e devorou, como contava as novas descobertas para a mãe a cada página que avançava. A ficha de Cristina caiu. “Não é que Márcio não gosta de ler. Ele não gosta é das leituras que lhe eram impostas.” E lá se foi por terra a convicção materna que perseguiu Márcio durante toda a vida escolar até então. *** Essa história é verídica. Márcio é o filho do meio da linda, inteligente e bem humorada Maria Cristina Costa, de quem tenho a honra de ser aluna. A aula de ontem começou com esse relato, doce e simples, com a intenção de alertar para a importância do abandono das convicções, assim como ela fez quando enxergou a causa do desinteresse de Márcio por alguns livros. O conhecimento só é possível quando deixamos de lado as certezas.

segunda-feira, março 21, 2005

Amor acaba?

Amor, então também acaba? Não, que eu saiba. O que eu sei é que se transforma numa matéria-prima que a vida se encarrega de transformar em raiva. Ou em rima. Paulo Leminski

quinta-feira, março 17, 2005

Trash no sábado

Êeeeba! Sábado é dia de fazer a balada mais divertida de São Paulo, Trash80s. Mais um evento da programação do mês de comemoração do meu aniversário!! Vamos lá, todos cantando em ritmo de Balão Mágico: Superfantástico amigo! Que bom estar contigo No nosso balão! Vamos voar novamente Cantar alegremente Mais uma canção Tantas crianças já sabem Que todas elas cabem No nosso balão Até quem tem mais idade Mas tem felicidade No seu coração Sou feliz, por isso estou aqui Também quero viajar nesse balão!! Superfantástico! No balão mágico, O mundo fica bem mais divertido!! Superfantásticamente! As músicas são asas da imaginação É como a flor e a semente Cantar que faz a gente Viver a emoção Vamos fazer a cidade Virar felicidade Com a nossa canção Vamos fazer essa gente Voar alegremente No nosso balão! Sou feliz, por isso estou aqui Também quero viajar nesse balão!! Superfantástico!

segunda-feira, março 07, 2005

O filme da inclusão

Um visão romântica da intenção de Andy Tennant em Hitch Quem aí se lembra de filmes em que gordinhos se dão bem no final? Fiz esse exercício depois de assistir ao filme Hitch – Conselheiro amoroso. Só consegui me lembrar de mais um, Shrek. Ambos são filmes que falam de amor, e disfarçadamente, da complicação em se vencer as diferenças, em especial as físicas (isso sem se falar nas sociais). Não é fácil resistir à tentação dos julgamentos. Se fulano combina ou não com sicrano, por exemplo. Pra pesar, ainda tem a tal crença mística das almas gêmeas. Os entendidos garantem que elas se parecem. Então, se ninguém nunca perguntou se seu parceiro é seu irmão (ou se sua namorada é sua irmã) porque não existem semelhanças externas entre vocês, comece a se preocupar. Isso, é claro, se sua linha de raciocínio andar muito em sintonia com o senso comum. O conselheiro amoroso de Hitch é Will Smith, que interpreta nesta comédia romântica o consultor Alex Hitchens. Seu principal trabalho é ajudar o novo cliente, o desajeitado Albert Brennaman (Kevin James), a conquistar a linda e milionária Allegra Cole (a top model Amber Valletta). Claro que como num bom e velho filme norte-americano que se preze, o final é previsível e feliz. Mas ele não chamaria a atenção, nem teria a menor graça se quem vivesse o papel de Albert fosse Tom Cruise, Brad Pitt ou Leonardo DiCaprio. Hitch vale por mostrar a possibilidade de um amor aparentemente improvável. Com um protagonista negro e um ator coadjuvante gordinho, eu arriscaria chamá-lo de O filme da inclusão. Embora saibamos que no mundo real a vida não é tão bela e que “ao vivo é muito pior”.

quinta-feira, março 03, 2005

Super notícias

Duas notícias nesta semana me deixaram mais feliz do que o normal e merecem uma nota aqui: Meu "irmãozinho" Gleyson é o mais novo repórter do jornal Agora SP. Menino de texto primoroso, bom-humor incomparável e tranqüilidade invejável. E minha amiga de infância, Gisa, é a universitária mais radiante do momento. Não contente em passar no curso de Rádio e TV da Anhembi Morumbi, a garota conseguiu uma bolsa de 100%. Menina persistente e perseverante, de uma inteligência refinada, educação e gentileza singulares e uma capacidade incrível de conciliar dois namorados lindos e famosos (Gael Garcia Bernal e Chico Buarque) sem atrapalhar sua agenda lotadíssima de eventos sociais. Só um detalhe: a agenda disputadíssima é a dela, viu. Parábens queridos. Só não vou dizer que vocês merecem tudo isso e que se darão super bem nessa nova fase das suas vidas porque aí, além de um baita clichezão, já seria chover no molhado demais.