terça-feira, junho 27, 2006

Meu Deus quanto tempo eu passei sem saber...

Quanto tempo a gente pode passar sem saber o quanto vale um abraço apertado, sincero, em público, como se ao nosso redor ninguém mais houvesse? Quanto tempo se pode passar sem receber olhares de reprovação por demonstrar sem pudor quase todas as suas vontades?

Como passar tanto tempo sem lembrar o sabor de andar de mãos dadas, de ter um beijo roubado, receber um carinho inesperado ou de suspirar aliviada porque a companhia mais perfeita do mundo está ali, ao seu lado, segurando a sua mão?

Como ser feliz sem conhecer o cuidado com um dedo mal estralado, o cheiro doce, o abraço quente, a boca vermelha, a mais linda que já pôde ver?

Impossível viver uma vida inteira sem ter a surpresa agradável de se romper velhos conceitos. De descobrir que o que veio depois de você pode ser tão mais valioso (e é!) do que o que veio antes. A numerologia, de repente, começa a fazer sentido. E até os números pares, de uma hora para outra, passam a ser interessantes. E um dezesseis vira rapidamente um sete a nosso bel prazer, se isso significar algo útil. E mesmo que seja inútil, não importa que não importe a mais ninguém. Nesse momento só vale o que interessa a nós dois.